Casos De Pessoas Que Ficam Sete, Oito Ou Mais Horas Em Frente A Um Computador, Sem Intervalos, São Cada Vez Mais Comuns. Isso Pode Trazer Diversos Problemas Para A Saúde Do Trabalhador.
Pense em um dia típico de trabalho e nos responda: quantas horas você passa sentado? Se a sua função for administrativa, podemos afirmar que esse número será alto. Casos de pessoas que ficam sete, oito ou mais horas em frente a um computador, sem intervalos, são cada vez mais comuns. E com a crescente informatização do mercado, esse cenário tende a se agravar.
Mas todo esse movimento – ou melhor, a falta dele – traz diversos problemas para a saúde do empregado. Essas consequências são pouco debatidas nos ambientes corporativos, mas precisam receber uma atenção extra dos empregadores. Pensando nisso, reunimos oito perigos a que esses trabalhadores estão expostos e vamos mostrar as consequências que eles trazem.
1. Dores constantes
Quando você trabalha muito tempo na mesma posição, seja sentado ou em pé, os músculos acabam sendo pouco exigidos. As posições nem sempre são as mais confortáveis, em espaços que não se adaptam à atividade realizada ou equipamentos fora dos padrões ergonômicos. Isso faz com que todo o corpo se veja em uma situação de estresse, aumentando a incidência de dores de cabeça, coluna, pernas e nervos, de uma forma geral.
2. Desenvolvimento de doenças crônicas
Não são apenas dores que podem surgir quando alguém passa muito tempo sentado. Doenças crônicas – como pressão alta, disfunções cardíacas e cânceres – acabam sendo uma consequência desse comportamento. Uma pesquisa publicada em 2013 no International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity estudou os hábitos de 63.048 homens australianos de meia idade e chegou à conclusão de que aqueles que trabalham mais de quatro horas sentados possuíam propensão a desenvolver doenças crônicas. E se esse número aumenta para seis horas diárias, cresce também a propensão a diabetes.
3. Diminuição da fertilidade
Em uma entrevista para a Exame, o médico Victor Matsuda alerta que passar muito tempo sentado reduz a concentração de esperma no líquido espermático. Se o homem não se levantar de vez em quando, a perda da fertilidade pode chegar até a 30%.
4. Aumento da obesidade
Essa é a consequência mais óbvia quando se imagina alguém que passa muito tempo sentado, mas algumas pesquisas mostram que não essa relação não é tão direta quanto pensamos. Um estudo publicado no periódico científico Sports Medicine mostrou que há um aumento de apenas 0,02 mm na circunferência de cintura para cada hora em que a pessoa passa sentada, por mais de cinco anos. Mas isso não significa que você pode ficar despreocupado, uma vez que a obesidade está também ligada a outros fatores que decorrem do sedentarismo.
5. Prejuízos à coluna
Em 2014, o Ministério da Saúde divulgou o primeiro volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), mostrando que 27 milhões de adultos brasileiros sofriam com dores nas costas. Em uma matéria publicada no site do Hospital Sírio Libanês, o ortopedista e traumatologista Douglas Kenji Nazaraki aponta que esse problema se deve ao aumento do número de pessoas que trabalham sentadas e possuem hábitos sedentários. “O movimento corporal ajuda no fortalecimento da musculatura das costas. Se não nos exercitamos, a nossa coluna fica desprotegida e elevam as chances de dores”, diz.
6. Fragilização da saúde mental
Muita gente considera que ficar sentado no trabalho é normal, mas o mesmo acaba não sendo válido fora do ambiente laboral. Isso é mostrado no estudo feito pelo Annal of Behavior Medicine, que compilou mais de 3.500 autoavaliações. Os dados obtidos mostraram que a maioria das pessoas associa o tempo que permanecem sentadas fora do trabalho como uma atividade negativa, trazendo um impacto significativo para a saúde mental.
7. Problemas de circulação
Em 2015, a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular lançou uma campanha nacional para orientar a população sobre os perigos de se permanecer sentado. “Depois de ficar muito tempo em uma mesma posição, sem movimentar as pernas, com os joelhos dobrados, sem sequer cruzar (as pernas), desidratando, a pessoa tem dificuldade de retorno do sangue nas veias, dos pés ao coração”, afirmou o então presidente Pedro Pablo Komlós em entrevista para o R7. Isso pode gerar doenças graves, como trombose e embolia pulmonar.
8. Redução da expectativa de vida
Após tudo que foi dito neste post, é possível inferir que passar muito tempo sentado diminui a expectativa de vida das pessoas. As pesquisas apenas comprovam essa impressão. Um trabalho publicado pelo canadense Peter Katzmarzyk, por exemplo, mostrou que o risco de morte aumenta 50 vezes entre os que ficam tempo demais acomodados na poltrona.
Outro estudo, dessa vez publicado na Jama International Medicine, indicou que pessoas que sentavam por mais de 11 horas por dia apresentavam mais de 40% de risco de morrer em três anos. Isso sem falar na pesquisa lançada no Jounal of Clinical Oncology, que indicou que as pessoas diagnosticadas com câncer e que não eram sedentárias reduziram em 8% o risco de morte.
Preocupação para as empresas
Como grande parte desses problemas está relacionado às características das atividades realizadas, é necessário que as empresas invistam em ações para mitigar os riscos. Criar programas de ginástica laboral e dar incentivos para que as pessoas saiam da frente de seus computadores são apenas algumas das inúmeras possibilidades.
Se você precisa de auxílio com a escolha do método que melhor se adapta à sua realidade, entre em contato com a ERGOSOLUÇÕESS.