Sem a ergonomia para móveis, as peças produzidas podem gerar acidentes, pois elas saem do padrão, criando sérios problemas no ambiente em que são instaladas. Vale destacar que a ergonomia é o que dá a sustentação para um projeto. Isso porque as pessoas vivem em movimento e estão dentro de um ambiente. Elas precisam circular com conforto e utilizá-lo com segurança e funcionalidade”, pontua a diretora da Diviformi Comércio de Móveis Ltda, Deair de Oliveira Soares
Ergonomia para móveis de escritório
Para um ambiente como um escritório, a ergonomia dos móveis deve levar em conta, por exemplo, a questão da postura, já que ela está entre os principais causadores de problemas precoces nas costas e pode gerar afastamentos, lesões, entre outros problemas ocupacionais.
“No escritório, a cadeira deve ter todas as regulagens que vão desde o encosto até o acento, tudo deve atuar de forma muito sincronizada, ou seja, coluna e pernas devem ser trabalhadas de forma conjunta. Também deve-se seguir as normas da NR-17, a qual prevê as adaptações do ambiente de trabalho de modo a proporcionar o máximo conforto, segurança e desempenho eficiente”, enfatiza Soares. Além disso, a mesa deve ser alta o suficiente para que a tela do computador fique diretamente alinhada ao rosto de quem está usando o equipamento, a fim de que se evite, dessa forma, uma postura inadequada do pescoço. Também deve-se incluir um apoio para os pés para proporcionar maior conforto e um ponto de apoio.
Ergonomia para móveis residenciais
Na cozinha, a ergonomia é fundamental para o preparo eficiente e saudável das refeições. Além disso, ela deve levar em conta a facilidade de limpeza. Nos armários do cômodo, a aquisição de móveis planejados possibilita que se calcule o espaço da abertura das portas e a altura em relação ao piso de acordo com a cozinha e às necessidades funcionais do cliente.
Os balcões devem ser feitos calculando-se a distância entre o fogão e a geladeira. Ou seja, de modo a poupar esforços na hora de preparar ou servir refeições. Recomenda-se uma altura mínima de 85 a 110 centímetros para os balcões. Isso garante a ergonomia ideal para a maior parte das pessoas. É importante lembrar que as medidas devem ser adaptadas em caso de necessidades especiais, como idosos e pessoas em cadeiras de roda.
Na sala, o sofá deve ser centralizado de forma a possibilitar uma boa visão da tela da televisão. Além disso, os móveis devem ser dispostos de modo a deixar a passagem livre para a família. Outro ponto importante é o posicionamento do rack. Este deve permitir que a televisão fique bem à frente do sofá, garantindo uma boa postura ao assisti-la. Pensar nessas funcionalidades ajuda o designer de móveis a criar projetos mais consistentes com a realidade e as necessidades do cliente.
No quarto, por sua vez, armários devem possuir altura proporcional a do usuário, de modo a não gerar lesões. As camas também devem ser adequadas à altura dos donos e, no caso de pessoas idosas, recomenda-se que sejam um pouco mais baixas para deixar os pés completamente apoiados no chão ao se sentar. O objetivo é facilitar movimentos como levantar-se e deitar-se. Isso porque uma queda pode ocasionar lesões graves e até fraturas. Móveis para quartos infantis também exigem medidas adaptadas às crianças.
Organização da marcenaria: um ponto que não pode ser deixado de lado.
A ergonomia para móveis na marcenaria conta com algumas normas preestabelecidas. Nesse caso, a principal preocupação é o cuidado com os espaços, a organização de ferramentas e do maquinário. Tudo deve ser pensado para evitar acidentes de trabalho e tornar a rotina mais prática e eficiente. Assim, as bancadas na marcenaria devem ter entre 0,80 e 0,90 metros de altura. Já nos móveis, o usual é que tenham 1,30m, gerando segurança e bem-estar a seus usuários.